sábado, 31 de julho de 2010

O MENELICK 2º ATO - AFROBRASILIDADES & AFINS




Recentemente em um dos posts eu reclamei da assinatura de um jornal, no qual eu estou "ainda" muito insatisfeita, mas estou dando uma chance para que o jornal melhor, como se isso pudesse acontecer de um dia para o outro..Pois bem, este post agora não é de reclamação, é para falar do que eu entendo de Jornalismo que me satisfaz... O MENELICK 2º ATO um grupo de jornalistas, artistas e ativistas culturais criaram uma publicação com pautas culturais e que dizem respeito a negritude, africanidades, ruas, periferias, Brasil com um olhar preto...Era disso que eu estava falando, quando reclamei do jornal que assino, a deficiência de pautas que me retratem como jovem mulher negra, como moradora da periferia por um viéz que me valorize como ser humano.
Nesta segunda edição (julho/agosto 2010), as pautas giram em torno da minha visão de mundo, compartilhei das ideias e quero socializa-las aqui. Matérias que mostram a Cultura de Periferia como a Liga do Vinil, teatro experimental de atores negros como o Grupo de Pesquisa Os Crespos, personalidades importantes na História do Brasil como Luiz Gama,o ensaio fotográfico da Cidade do Sol - Heliópolis , entre outras matérias.
Escrevo só para desejar vida longa a publicação. Parabéns pela iniciativa!
Conheça mais:

http://omenelicksegundoato.blogspot.com/


quarta-feira, 21 de julho de 2010

A música que me toca e como me toca......

Estava eu na semana passada participando de uma formação..e em uma das palestras foi sobre o Projeto Music Brasil, ministrada pelo Professor e músico Spirito Santo, no qual me apresentou em forma de documentário o músico Umberto Alves. Me impressionou muito o talento dele, cantava e tocava ao mesmo tempo com perfeição...as duas coisas se fundiam canto e percussão...fiquei querendo saber mais daquele trabalho..Antes de acabar o vídeo veio o balde de água gelada..."Em memória de Umberto Alves". Minha cabeça deu um nó, os olhos despejaram lágrimas sem ao mesmo saber o que aconteceu...como assim, morreu? mas eu nem o conheci.....não pode....embaralhei os pensamentos com a palestra anterior sobre Candomblé, que dizia que " Precisamos salvar o corpo!!"....num sei fiquei chorando o resto da palestra sem entender nada..fiquei triste...depois quando soube a trajetória do músico, as palavras vieram como pancadas no meu peito...Conheçam um pouco de Umberto Alves, uma das músicas que me chamaram atenção " Por você " - " Pra você que vem do morro, pra você do asfalto, nem todo brilho é ouro, nem todo grito é assaltado..."

" Pra você que pensa que todo negro na portaria é ladrão..pra você que fica na janela escondido deixando queimar o feijão....pra você que pensa que bala perdida, vem de Cosme e Damião...."

Axé,

Descanse em paz, Umberto Alves!!!!




terça-feira, 20 de julho de 2010

Notícias do jornal e interpretações de Elizandra Souza


Outro dia eu estava empolgada, porque fiz uma assinatura de jornal, me senti meio gente, mas hoje eu estava disposta a cancelar a assinatura do jornal, estou entediada, mas como recém formada, preciso saber o que dizem meus colegas de profissão e como dizem... E me dar uma raiva tão grande, que eu não me conformo...quantas páginas têm um jornal diário? Preciso contá-las, mas uma verdade é que são muitas. E quantas destas páginas fala sobre o que penso? O que quero saber? O que eu deveria saber? Sinto como cada manchete desviasse do que eu quero saber do mundo. Ele me desinforma....Vou agüentar mais um mês, para tirar as minhas conclusões...Mas pelo andar da carruagem, vou direcionar este investimento em um livro, em um ingresso, em um curso, em um cd, em um DVD...porque sinto que estou só juntando folhas de jornal dentro de casa, uma que nem tenho lugar para armazená-los, se eu pelo menos soubesse fazer artesanato, faria lindas bolsas de jornais...cestas, colares, brincos...Já sei, vou procurar uma destas oficinas...” Aprenda a fazer artesanato com jornais”...Já sei, vou aprender a fazer papéis reciclados, envelopes, cartão...recortar as palavras e fazer poesias...Minha nova oficina

“Aprenda a fazer poesias com as palavras dos jornais”

Enquanto isso....

Notícias do jornal e interpretações de Elizandra Souza

Manchete Folha de São Paulo, 18 de julho de 2010, Caderno Mercado.

“ Quantidades de livrarias no país é insuficiente, diz pesquisa”

Segundo pesquisa da Associação de Livrarias (ANL), o número de livrarias no Brasil está abaixo do recomendado pela Unesco. Será que é mesmo o número de livrarias que está abaixo, ou é o número de leitores. Quais são as estratégias para fazer com que a população se interesse por leitura? O problema, no meu ponto de vista, não está na venda de livros ,e, esta matéria nem deveria está na parte de “Mercado”, deveria ser manchete de capa “ Por que a população brasileira não consome livros?”. E quando falo em consumir, não é ir a uma livraria e pegar o livro da moda e parcelar em algumas vezes, via cartão de crédito. Estou falando no prazer de ler um livro, ir numa biblioteca, ir a um sebo. Acesso ao livro nós temos, agora precisamos fazer com que as pessoas dirigiam seus passos para as páginas. Até no metrô, já temos bibliotecas que contém um dos melhores e atuais acervos da atualidade. Quantos são os usuários destes serviços?

O problema não está em comprar o livro, mas em lê-lo. Como fazer para a população se deliciar com os livros?

A partir do momento que as pessoas têm vontades de ler livros, automaticamente elas vão ter interesses em comprá-los. Mas o passo 1, continua sendo como faremos tudo isso? Leitura e consumo? Leitura + consumo? Leitura= Consumo? Leitura x Consumo?

Quem puder me responder fico no aguardo.

Abraços

Elizandra Souza

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A autoridade - Por Eduardo Galeano



Em épocas remotas, as mulheres se sentavam na proa das canoas e os homens na popa. As mulheres caçavam e pescavam. Elas saíam das aldeias e voltavam quando podiam ou queriam. Os homens momtavam as choças, preparavam a comida, mantinham acesas as fogueiras contra o frio, cuidavam dos filhos e curtiam as peles de abrigo.
Assim era a vida entre os índios Onas e Yaganes, na Terra do Fogo, até que um dia os homens mataram as mulheres e puseram as máscaras que as mulheres tinham inventado para aterrorizá-los. Somente as meninas récem-nascidas se salvaram do extermínio. Enquanto elas cresciam, os assassinos lhes diziam e repetiam que servir aos homens era seu destino. Elas acreditaram. Também suas filhas e as filhas de suas filhas.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Neste domingo, dia 18 - Akins e Patota de Firmino...no CCJ!

Pedagoginga...Toró ventando...construindo....plantando...semeando....Aproveitem!!!

"Presença latino-ameFricana - ArteReflexão"
Sábados - de 31/07 a 04/09 - sempre das 14h às 18h
No CDHEP: Rua Dr. Luís da Fonseca Galvão, 180 (muito próximo ao Metrô Capão Redondo) - 5511-5073 - São Paulo/SP


GRATUITO para 35 participantes, com distribuição de apostilas e certificado ao final do curso.
INSCRIÇÕES no sítio www.edicoestoro.net ou na sede do CDHEP (até 23.07.2010)



.............................................

31.07 | "Literatura argentina frente às suas novas vozes", com Lucía Tennina & "Cultura que brota da terra: povos indígenas no Brasil e suas lutas pelo território no século XXI", com Spensy Pimentel.

07.08 | "Fotografia e O outro México rebelde: questões de olhar sobre novos movimentos sociais",com Waldo Lao Fuentes Sánchéz & "Salve, hermanos!: Hip Hop e(m) Cuba", com Mateus Subverso.

14.08 | "Cuba e Haiti: Atântico Negro, culturas e interpretações", com Amaílton Azevedo & "No chão da Martinica, a palavra de noite", com Luana Antunes Costa.

21.08 | "A mátria das cordilheiras, mar, pampa, sierra, selva e sertão: arte & re-existência", com Marcos Ferreira Santos.

28.08 | "Teatro, Negro, no Brasil: do TEN ao Bando Olodum", com Evani Tavares & "Cinemas afro-sulamericanos", com Lilian Solá Santiago.

04.09 | "Revolução? Movimento Zapatista e Literatura das Margens Mexicanas", com Alejandro Reyes & Avaliação coletiva

.............................................
Articulação Pedagógica: Allan da Rosa
Concepção e Diagramação de Cartaz e Apostilas: Mateus Subverso
Realização: Edições Toró, Donde Miras e CDHEP
Apoio: Nós por nós
Agradecimentos: aos educadores que vieram na graça e na luta. E à comunidade que chega ou oferece atenção.
Com licença

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Minha programação de sexta-feira.....Dia 16/07...Vamos?????


Os Crespos sexta-feira Imagem e Autoimagem

Nesta Próxima Sexta-feira ,16 de Julho de 2010 Os Crespos No Matilha Cultural as 21:00hs .

6ª Intervenção Imagem e Autoimagem do Projeto ' A Construção da Imagem e a Imagem Construída"

Evento audiovisual onde os atores criam o script para cumprir a missão de em 20 minutos contrapor imagem e autoimagem, criando um vídeo individualmente sem conhecimento dos outros atores e da equipe e sem cortes ou edição.
No dia 16/07, próxima sexta-feira as imagens gravadas serão projetadas lado a lado de forma sincronizada num espetáculo em tela grande, onde o dj brinca com o áudio e 2 músicos sonorizam os vídeos ao vivo.

Matilha Cultural fica na Rua Rêgo Freitas ,542 centro de São Paulo Próximo á Igreja da Consolação. metrô repúplica.

RAEL DA RIMA E BANDA LANÇA CD
A festa de rap Fya Bun que acontece desde julho de 2009, organizada pelo grupo de rap
Pentágono, tem o intuito de resgatar as festas que aconteciam em meados dos anos 90
e evidenciavam o rap nacional na Zona Sul de São Paulo compartilhando músicas como rap, black music, reggae, ragga, entre outras. Dj Residente Kiko. Nesta edição, realizará o
lançamento do cd “MP3 – Música Popular do 3º Mundo” do Rael da Rima e Banda. Haverá
também discotecagem do Dj convidado Kl Jay.
Dia 16 (sexta-feira), a partir das 23h. Espaço Forasteiros - Rua Valentim Ramo Delano, 52. Altura do n° 2250 da Av. Robert Kennedy. Zona Sul. Entrada R$ 10,00. (11) 5669-3451/8330-1312/7750-7189. listafyabun@gmail.com. http://www.myspace.com/fyabun2010 ou
http://www.myspace.com/raeldarima.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Para o meu marido...O passáro Encantado...



O Passáro Encantado
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: Era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola estiver aberta, vão embora para nunca mais voltar.
Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades...
Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor.
Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.
Certa vez, voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão.
Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco de encanto que eu vi, como presente para você....
E assim ele começava a cantar as canções e as estórias daquele mundo que a menina nunca vira.
Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.
... Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga.
Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as estórias.
A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia.
E o pássaro amava a menina, e por isso voltava sempre.
Mas chegava sempre uma hora de tristeza.
Tenho que ir, ele dizia.
Por favor não vá, fico tão triste, terei saudades e vou chorar.....
Eu também terei saudades, dizia o pássaro. Eu também vou chorar.
Mas eu vou lhe contar um segredo: As plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios...
E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas.
Se eu não for, não haverá saudades.
Eu deixarei de ser um pássaro encantado e você deixará de me amar.
Assim ele partiu. A menina sozinha, chorava de tristeza à noite.
Imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada.
Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá; será meu para sempre.
Nunca mais terei saudades, e ficarei feliz.
Com estes pensamentos comprou uma linda gaiola, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera.
Finalmente ele chegou, maravilhoso, com suas novas cores, com estórias diferentes para contar.
Cansado da viagem, adormeceu.
Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Foi acordar de madrugada, com um gemido triste do pássaro.
Ah! Menina... Que é que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias....
Sem a saudade, o amor irá embora...
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar.
Mas isto não aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente.
Caíram suas plumas, os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste.
E veio o silêncio, deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava.
E de noite ela chorava pensando naquilo que havia feito ao seu amigo...
Até que não mais agüentou.
Abriu a porta da gaiola.
Pode ir, pássaro, volte quando quiser...
Obrigado, menina. É, eu tenho que partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente.
Sempre que você ficar com saudades, eu ficarei mais bonito.
Sempre que eu ficar com saudades, você ficará mais bonita. E você se enfeitará para me esperar...
E partiu. Voou que voou para lugares distantes. A menina contava os dias, e cada dia que passava a saudade crescia.
Que bom, pensava ela, meu pássaro está ficando encantado de novo...
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos; e penteava seus cabelos, colocava flores nos vasos...
Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje...
Sem que ela percebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado como o pássaro.
Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar.
AH! Mundo maravilhoso que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama...
E foi assim que ela, cada noite ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento.
Quem sabe ele voltará amanhã....
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.
Rubens Alves

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Flor no deserto.....Carne para os cães....Ossos para os cimentos....

Esta semana...precisamente na terça-feira fui assistir com uma amiga " Desert Flower" ou " Flor no Deserto", longa que conta a história da modelo Waris Dirie, da Somália, sua trajetória no seu país e quando atravessa o deserto para mudar as areias da sua vida...e no seu discurso ela pergunta " O que significa ser mulher?"...Às vezes eu me pergunta não com as mesmas palavras e no mesmo contexto..o que é ser mulher...nesta sociedade...
Pensando em atrocidades que as mulheres são vitimizadas, assim como toda a sociedade, estou em choque com o que aconteceu com a modelo Elisa...que direitos tem estes homens que pensam que podem fazer o que quiserem com as mulheres?
Não sei se é " modismo", ou os crimes estão acontecendo com as camadas médias e altas da sociedade e por isso constante presença da mídia, divulgando...Fico me questionando quantos crimes poderiam ter sido evitados, se a Justiça ouvisse mais as mulheres vítimas de violências domésticas...
Por que estou falando tudo isso, filme, vida real, ficção, atrocidades....????
É que me questionei quantas mulheres precisaram serem assassinadas para serem ouvidas?Quantas precisaram atravessar desertos para terem focos???? Quantos calos? Quantos silêncios? Quantos nãos?Quantos...???Quantos?????Quantas????
Quantas...??
Quantas derramaram sangue????
Agora já jogam as carnes para os cães e os ossos são acimentados???