quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Lançamento da Revista Menelick edição 02



Olá!!!
Esta publicação é um dos nossos diamantes da contemporaneidade, sobre jornalismo e africanidades. Gostaria de parabenizar a inicitiva do editor Nabor e toda a equipe.
Parabéns pelo trabalho e compareçam ao lançamento.
Axé.
Elizandra Souza
Saiba Mais:

http://www.omenelicksegundoato.blogspot.com/

http://issuu.com/omenelick2ato/docs/omenelick2atoedition02

Nos últimos dias....muitas atividades...

Olá, minhas queridas leitoras e leitores...
Estes dias tenho postado algumas atividades culturais...espero que possam estar acompanhando, mas estou sentindo faltando de colar alguns textos reflexivos...muitas novidades...depois com um pouquinho de calma comento das atividades divulgadas,compareci em algumas...
Passando só para deixar um abraço virtual.
Elizandra Souza

Noites Cubanas em São Paulo

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Rodrigo Ciriaco contribuindo com a reflexão sobre violência doméstica!!!


conto - MIOLO MOLE FRITO
Meu sonho é matar meu padrasto. Essa noite eu consigo. Vou ferver o óleo e de madrugada jogar dentro do seu ouvido. Enquanto ele estiver com o sono pesado, dormindo que nem um menino.

Não será para ele não sofrer não, eu quero que ele sofra. Muito. Mas tem que ser na trairagem pra ele não me machucar mais, não mexer mais comigo. Nem com a minha irmã. Alias, eu avisei: faz o que quiser no meu corpo dolorido. Me bota pra lavar roupa, limpar a casa, sentar no seu colinho. Antes eu chorava, esperneava, mas agora... Agora eu desligo. Só que deixa a Beatriz de lado. Deixa a Beatriz.

Se encostar num fio...

Podia cuspir na minha cara, chupar o meu peitinho. Esfregar a minha testa contra a porta do armário, apertar o meu pescoço – como fez tantas vezes - mas, ela não. Ela ainda é ingênua. Não carrega esse riso triste, esse sangue pisado. O chumbo vazio.



Valeu o aviso?

Tudo bem. Quando eu estiver esquentando o óleo, vou lembrar bem da temperatura do seu cinto. A maneira que ele queimava o meu lombo. A agulha de crochê e a ameaça que você fez de enfiar dentro do meu olho. Espetar a minha retina como o dedo fura o bolo, lembra? Lembra Antônio? Eu lembro. A cicatriz ainda tá no meu rosto. Naquele dia você mandou eu sofrer e não soltar nem um pio. Quietinha. Nem um pio.

Esse é meu sonho professor. Esta noite eu realizo. Apagar a bituca do cigarro na bochecha de Beatriz só fez eu ter certeza do meu pedido. Sabia que carne queimada é fedido? Por isso que não sai da minha cabeça o tssssssssss do óleo escorrendo na orelha, fritando o lóbulo, amolecendo os tímpanos. Quem sabe assim ele escuta os gritos que eu não pude dar quando vinha pra cima com o corpo pesado, exalando cachaça. Quem sabe assim a minha mãe acorda e percebe o que fez com a gente. Comigo.

Sei que o senhor pode estar assustado prôfi mas, não se preocupe. Quando for corrigir essa Redação já estará tudo resolvido. Eu, com o pé na estrada. E o miolo mole, frito.

Leia mais: http://efeito-colateral.blogspot.com/2007/12/conto-miolo-mole-cozido.html

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Capulanas visita quintal da Família de Akins Kinte, dia 19 de setembro (domingo), 19h. Compareçam!!

Fotos: Guma


SOLANO TRINDADE E SUAS NEGRAS POESIAS
Este espetáculo da Capulanas Cia de Arte Negra retrata a força da mulher negra por meio das poesias de Solano Trindade, Elizandra Souza e Capulanas, com descobertas e preconceitos sofridos às mulheres desde a infância até a velhice, dialogando com a ancestralidade e a contemporaneidade por meio da musicalidade e coreografias. Faz parte do Projeto Pé no Quinta contemplado pela 16ª edição do Programa de Fomento ao Teatro da Secretaria Municipal de Cultura.

Dia 19 (domingo), 19h. Quintal da Família do Akins Kinte – Rua Antonio Ramos da Cruz, 51. Altura do número 3.000 da Av. Itaberaba. Freguesia do Ó, Zona Norte. Entrada franca. (011)6654-8287. capulanasciadeartenegra@gmail.com.
http://ciacapulanas.blogspot.com

Seminário sobre os quatro anos da Lei Maria da Penha!

domingo, 12 de setembro de 2010

Debate na Livraria Suburbano Convicto - Mulheres escrita e Hip Hop

Fotos: Marilda Borges/ Alessandro Buzo

Ontem dia 11 de setembro de 2010, aconteceu o Debate Suburbano - Mulheres no Hip Hop e na escrita com a participação de Lunna, Elizandra Souza e Ornella. Eu fiquei muito contente, quando temos estas conversas eu nunca espero muitas pessoas participando, pois já tem um imaginário que iremos ser radicais, feministas e blá blá..e muitas pessoas perdem a oportunidade da troca positiva que rolou ontem. Me senti muito a vontade para falar da minha escrita do meu caso amoroso com o Hip Hop, as minhas inquietações quanto público de Hip Hop, como mulher, como esta em segundo plano...violências diversas..Foi uma troca muito rica com Lunna e Ornella sobre as nossas inquietações...fiquei sabendo um pouco mais do trabalho delas e fiquei contente com a luta e a necessidade de expressão e colocar a marca feminina na sociedade...
Tenho poucas oportunidades de falar sobre o que o Hip Hop fez na minha vida, não foi resgate, pois eu venho de uma família que algum caminho bom eu ia ter..sempre fui muito protegida, acolhida, minhas escolhas sempre foram aceitas por minha família...mas o Hip Hop me deu consistência,amor próprio, apontou as minhas habilidades...e por isso fiquei muito emocionada...
Gostaria de agradecer as pessoas que compartilharam com a conversa e o Alessandro Buzo e Marilda Borges pela acolhida...Axé e vida longa as atividades na Livraria Suburbano Convicto...









Leia mais:
http://buzo10.blogspot.com/2010/09/suburbano-em-debate-com-as-mulheres-foi.html

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A violência contra a mulher é um problema de todos nós...


Venho refletindo sobre a violência doméstica em meus textos há um bom tempo, em um determinado período também não me via como feminista, pois como o senso comum achava que era o oposto do machismo,não queria "ser mal vista", não queria ser feminista, mas estudando e refletindo, sou sim feminista, ainda que não nos moldes franceses, mas sobre a ótica do intitulado feminismo negro tão bem colocado com Lélia Gonzales, Sueli Carneiro, Jurema Werneck...lendo uma matéria recente publicada na Revista São Paulo, sobre as mulheres presidiárias no Carandiru Feminino, li um depoimento de uma mulher que mandou matar o marido, pois chegou no seu limite, após ter sido espancada por diversas vezes por seu companheiro e ela suportou não sabemos os motivos, mas ele chegou ao ponto de cortar a orelha do seu filho. Este foi o click para que ela mandasse acabar com a vida dele e dela, ela foi condenada a 36 anos de prisão. Ontem declamei o meu novo texto sobre a temática "Em legítima defesa", no Sarau da Cooperifa e um dos poetas, amigo meu, chegou no meu ouvido e disse: - Elizandra, depois deste poema você vai morrer solteira!... Ele falou algo que me chamou a atenção, como se o problema da violência doméstica fosse singular e não plural...vejo a necessidade de explicar o poema antes de redigi-lo, pois não é a revanche que queremos, queremos justiça, mas se ela não acontecer enquanto ainda estamos sendo espancadas e ficando caladas, ela vai se manifestar de outra forma...E não queremos isso, queremos que a luta pelo fim da violência doméstica seja tratada com mais seriedade...Não é um problema da Elizandra, é um problema da sociedade como um todo...Não somos objetos e nem mercadorias, somos seres humanos...




Em Legítima Defesa
Por Elizandra Souza

Estou avisando, vai mudar o placar....
Já estou vendo nos varais os testículos dos homens que não sabem se comportarem
Lembra da Cabeleireira que mataram outro dia?
E as pilhas de denuncias não atendidas
Que a notícia virou novela e impunidade
É mulher morta nos quatro cantos da cidade...


Estou avisando, vai mudar o placar...
A manchete de amanhã terá uma mulher de cabeça erguida dizendo:
- Matei! E não me arrependo!
Quando o apresentador questiona-lá ela simplesmente retocará a maquiagem.
Não quer esta feia quando a câmera retornar e focar em seus olhos, em seus lábios...


Estou avisando, vai mudar o placar...
Se a justiça é cega, o rasgo na retina pode ser acidental
Afinal, jogar um carro na represa deve ser normal...
Jogar a carne para os cachorros procedimento casual...


Estou avisando, vai mudar o placar...
Se existe algo que mulher sabe fazer é vingar
Talvez ela não mate com as mãos mais mande matar..
Talvez ela não atire, mas sabe como envenenar...
Talvez ela não arranque os olhos, mas sabe como cegar...

Só estou avisando, vai mudar o placar...


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pela igualdade da mulher negra no mercado de trabalho





Maria Mulher - Organização de Mulheres Negras, ONG de Porto Alegre, entrou com uma ação no Ministério do Trabalho contra uma empresa gaúcha que discriminou uma funcionária negra.
Maria Mulher ganhou a ação judicial e a empresa foi condenada a pagar os custos de uma campanha publicitária pela igualdade da mulher negra no mercado de trabalho; participar (dirigentes e funcionários) de oficinas sobre racismo e desigualdades de gênero no mercado de trabalho. As oficinas estão sendo ministradas pelas integrantes de Maria Mulher. A campanha publicitária além de outdoors, conta também com busdoors e cartazes.
Conheça mais:

(Texto da Casa de Cultura da Mulher Negra - Santos _SP)
http://www.casadeculturadamulhernegra.org.br/quem_somos_frameset.htm


http://www.prt4.mpt.gov.br/pastas/publicacoes/campanha.htm

http://www.mariamulher.org.br

Vamos prestigiar...Os Crespos - Companhia formada por atores e atrizes negros e negras !!!! Dias 15, 16 e 17 de setembro!!!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Mulheres na escrita e no Hip Hop, não percam!!!

Um sábado emocionante...me senti mais do que poeta,me senti humana"

Dia 28/ 08 (sábado), diretamente do Jardim Noronha (Zona Sul) a Ermelino Matarazzo (Zona Leste)....
Além de carregar muitos livros, eu estava carregando muita ansiedade e expectativas...Entra em ônibus, embarca em metrô, lançada dentro do trem...assim mesmo com estas palavras...lançada no trem...minha sacola que fica presa entre as pessoas e ao desenroscar sou empurrada por sorte em lugar vago para sentar...

Três horas depois....








Estou na Praça Francisco Monteiro Santana...encontrei as pessoas fazendo xilogravuras, uma oficina muito bonita, com cores...todos se encontrando em tinta e a imagem dentro de uma tenda forrada com tecidos coloridos..muitos livros, vários "Pungas"..meu sorriso já ficou contente..mais ainda ansiosa..se conseguiriam falar da forma que melhor representasse a mulher na literatura periférica...estou deslumbrada e contente com o resultado..foi a primeira vez que fiz tal oficina, me empenhei, pesquisei, nomei as mulheres que eu considero que devem ser lidas para entender esta nossa efervência poetica....

Durante a oficina...


O que me deixou mais contente foram os ouvidos famintos querendo degustar cada palavra que eu lançava no ar...pessoas de todas as idades, cores, amores e um única intenção aprender......segue algumas fotos...







Cortejo para o Sarau dos Mesquiteiros...
Todo o dia para mim foi carregado de emoção mas quando você chega numa escola da periferia da zona leste considerada ruim e encontrar os alunos numa organização cooperativa para que o sarau seja o melhor possível, quando você ver estes mesmos alunos lendo textos seus ou de seus amigos poetas....é uma emoção que não tem dimensão..saber que a trancos e barracos vale a pena fazer algo para deixar a sociedade em que vivemos melhor....toda hora eu falava para o Sacolinha e Rodrigo que eu queria ter de 12 a 15 anos e estudar naquela escola, naquele dia e daquela forma..meu coração saltitava de alegria..


Para completar chegou a mãe do Jorge (Tenda Literária), Dona Salete e me disse: " Obrigada hoje é o dia mais feliz da minha vida"...se existia pagamento, este foi um dos melhores...me emocionei mto...ai meus amigos " bem sensivéis": - Elizandra você está com alguma dor? O que aconteceu? O que fizeram com você?"...
Me irritei...
- Oxé, será que não pode nem se emocionar neste lugar?