terça-feira, 30 de novembro de 2010

Bar do Santista é lacrado pela PMSP - Local do Sarau Elo da Corrente

Hoje a tarde estavamos passando pelo bairro, a caminho do Sarau do Metrô, e observamos que o Bar do Santista, nossa casa, estava fechado, como isso não é comum, se tratando de uma terça-feira a tarde, ligamos na casa do Claudio Santista para saber o que aconteceu e sua esposa nos informou que o bar havia sido fechado e lacrado, com um comunicado oficial colocado na parede, pela sub-prefeitura de Pirituba.


Assim que terminamos nossa apresentação, retornamos para Pirituba, direto a casa do Claudio Santista, para saber maiores detalhes do acontecido. O Santista nos disse que a subprefeitura não explicou a causa que gerou a ordem de fechamento e que por isso ele deveria comparecer na sub para obter esclarecimento do caso e qual medida adotar.


O curioso é que o Bar do Santista e uma Serralheria foram os unicos comércios que receberam essa visita, entre dezenas que existem no Jardim Monte Alegre, sendo na esmagadora maioria bares, ou seja, porque somente esses dois comercios foram lacrados???


Amanhã iremos acompanhar o Santista na Subprefeitura para saber maiores detalhes e reestabelecer, o quanto antes, esse espaço, que é muito além de um simples bar que funciona há mais de uma década na região, mas também é a base do sustento familiar de duas casas (do Santista e da Dona Silvia e também do Diogo, Priscila e do pequeno Kauan), ponto de encontro e descontração de diversos amigos na comunidade, sede de um dos unicos e importante acontecimento cultural no bairro que é o nosso Sarau Elo da Corrente, com três anos e meio de atividade e centenas de eventos realizados, além disso, é esse mesmo espaço abriga uma biblioteca com mais de 600 titulos ofecerendo emprestimo de livros aos moradores.


Um bar que contribui para que Pirituba seja uma referência positiva na região, reconhecida nacionalmente, seja pelos seus frequentadores, pelo movimento de literatura periférica, pelo parceiros Brasil e mundo afora, ou pelas diversas midias e setores publicos que registraram ou contemplaram essa iniciativa que faz morada nesse bar-centro-cultural.


Por isso estamos convocando todos os amigos e parceiros a comparecerem em nosso próximo encontro, que acontecerá independente do que acontecer até a próxima quinta (dia 02), pois nossa literatura é litera-rua e não vai sucumbir nesse momento de atenção e ação. Faremos um sarau como ato de repudio ao fechamento do nosso espaço e de apoio ao poeta Claudio Santista e a todos que afagam as sementes que brotam naquele corredor poético.


Assim que soubermos mais detalhes a respeito dessa situação comunicaremos a todos para saber qual tipo de passada será necessária nesse caminho.


Então ...


SARAU ELO DA CORRENTE


02/12 (Quinta -Feira)


20 horas


Concentração em frente ao Bar do Santista


Rua Jurubim, 788 -A
Jardim Monte Alegre - Pirituba




"Muitas mudas de mudanças
Foram plantadas
Mas é tempo de semear
Pois a igualdade persiste
em manter a situação
igualmente desigual"


(Sem Cessar, Michel Yakini)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Flor de Mulher - Por: Lids Ramos



Pra ser flor há que ser raiz.
Nascida do ventre da mãe África.
Flores são sinceras. Fraternas e tem tal beleza.
São livres, são leves, hoje soltas.
Caminham na resistência.
Das Dores?
Quantos segredos tens!
Ondas que vão e que vem.
Pérolas Negras.
Damas esbanjando amores.
Telúrica transformando flores.
Mulheres guerreiras.
Amemos o sol, a lua e o nosso gueto.
No medo corajoso.
Coloco-me a pensar no certo.
Duvidoso?
Toda mulher é símbolo de flor.
São poetizas
...do livro
...da vida
...do puro amor.

Fonte: http://www.lidisjanis.blogspot.com

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Para todas as mulheres negras.....ouçam o líder!!!!!


"Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes. Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta. Nos perguntamos:” Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?"Na verdade, quem é você para não ser tudo isso? Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você. E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo". (Nelson Mandela - discurso de posse em 1994).

POETISAS SÃO O GRANDE DESTAQUE DE MOSTRA LITERÁRIA NO TREM, ENTRE ELAS, EU, ELIZANDRA SOUZA



Hoje, dia 24 de Novembro, das 9h às 17h os amantes da literatura vão poder se deleitar numa mostra literária diferente: diversos poemas integrante da obra de poetas que fizeram importantes contribuições para afirmação da cultura negra no Brasil e na Bahia serão expostos dentro dos vagões do trem de Salvador. Entre eles se destacam as poetisas Urânia Munzanzu e Elizandra Souza, escritoras, que apesar de jovens, já demonstram em seus escritos maturidade e força de quem sabe revelar nas entrelinhas um mundo negro que se forja há mais de 500 anos neste país. Quem for á Estção da Calçada amanhã poderá conferir também recitais poéticos, shows de música afro e ver exposição fotográfica com imagem dos bairros do Subúrbio Ferroviário de Salvador. Mais informações:www.espiasalvador.blogspot.com


O QUÊ : ESPIA SALVADOR – TERRITÓRIO NEGRO
ONDE: Trem Municipal de Salvador - Estação da Calçada
QUANDO: 24 de Novembro de 10h, 12 e 17h
Contato: 71-3241-4105 / 8145-5297 (Flores de Dan Comunicação & Produção)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sarau Periferia em Ação - São Bernardo do Campo


Ontem estava numa ansiedade muito grande para participar do 1º Sarau Periferia em Ação no Jardim Silvina na Associação de Moradores,foi bem interessante por apontar que só conseguimos aprender as coisas fazendo, articulando,errando...e por relembrar de onde começamos, porque estavamos sendo convocados para aquele bairro, em que ponto da vida que nossas histórias se coincidiram. Fiquei encantada como o Buzo foi desenvolvendo os capítulos da sua carreira, como começou, apesar de ser amiga, não sabemos de tudo...do próprio Limonada sua relação com aquela Associação, com o seu bairro, com os seus parceiros de resistência...Conheci um pouco mais do GSA, Geraldo e Gê para alguns...do próprio Emerson Alcade que mescla teatro e Hip Hop/Literatura...Dj Lord falando do seu trabalho e do fascínio que tem pelos recitais...A vereadora Fátima que foi a Presidente da Associação estava presente e também o Everaldo da Secretaria de Cultura. Eu particularmente fico muito mais intimidada quando são poucas pessoas, porque você sabe e sente se o que você está querendo passar está chegando ou não, muitas vezes multidão dispersa o propósito, mas ao mesmo tempo, quando é algo que você acredita que é benefíco e bom, você quer mostrar para muitas pessoas...
O Sarau Periferia em Ação está começando, tem mais 3 dias de atividades...E fico grata de participado pelo menos de uma..
Grata também ao Seu Geraldo e Dona Dirce (pais do Limonada) pela recepção na vossa residência...pelo bolo, pelo kibe, pelos pastéis...risos
Axé a todos os envolvidos no projeto..e vida longa a atividade
Elizandra Souza

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A noite não adormece nos olhos das mulheres


A noite não adormece
nos olhos das mulheres
a lua fêmea, semelhante nossa,
em vigília atenta vigia
a nossa memória.

A noite não adormece
nos olhos das mulheres
há mais olhos que sono
onde lágrimas suspensas
virgulam o lapso
de nossas molhadas lembranças.

A noite não adormece
nos olhos das mulheres
vaginas abertas
retêm e expulsam a vida
donde Ainás, Nzingas, Ngambeles
e outras meninas luas
afastam delas e de nós
os nossos cálices de lágrimas.

A noite não adormecerá
jamais nos olhos das fêmeas
pois do nosso sangue-mulher
do nosso líquido lembradiço
em cada gota que jorra
um fio invisível e tônico
pacientemente cose a rede
de nossa milenar resistência.


Fonte: Conceição Evaristo. In: Cadernos Negros – Melhores poemas. Org. Quilombhoje. São Paulo, 1998.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Panteras Negras


Por Priscila Preta
Meu sonho é que as mulheres alisem menos os cabelos e analisem mais sua beleza.A evolução da resistência passa pela aceitação da imagem, assim deixaremos de ser selvagens domesticadas e passaremos a ser PANTERAS NEGRAS, prontas pra dar o bote do argumento.
Sou selvagem contra a selvageria da massificação,minha roupa não é uniforme, o trabalho acabou e agora estou a passeio pelo conhecimento.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Matéria sobre Capulanas Cia de Arte Negra para O Menelick Ato 2 - Edição 3



Por Elizandra Souza (www.mjiba.blogspot.com), especialmente para OMENELICK2ºATO
Fotos Cassimano (www.cassimano.com)



A arte híbrida das Capulanas Cia. de Arte Negra

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Quatro mulheres negras, quatro histórias em ebulição, quatro corpos desenhando-se no mesmo palco: poesias, músicas, gestos, inquietações e danças. Esta é a Capulanas Cia de Arte Negra, grupo “paulistafricano” formada pelas atrizes Adriana Paixão, Débora Marçal, Flávia Rosa e Priscila Preta, que se trançaram em 2007, durante o curso de Comunicação das Artes do Corpo, na PUC/SP.

“(Na universidade) existia uma forte segregação, éramos poucos alunos negros e como tínhamos sonhos e questões em comuns dentro do nosso individual, fomos criando uma familiaridade e uma articulação política dentro do curso”, relembra Adriana.

Com o propósito central de dialogar com a sociedade sobre as descobertas, anseios e percepções da mulher negra, fortificando seus reais valores perante estereótipos enraizados na cultura nacional que subestimam o papel da mulher negra na sociedade, em novembro de 2007, durante a Semana de Arte Moderna da Periferia, organizada pela Cooperifa, o grupo fez sua estréia nos palcos.

O nome Capulanas faz referência a um pano tradicionalmente usado pelas mulheres africanas para cingir o corpo, fazendo às vezes de saia, podendo ainda cobrir o tronco, a cabeça e que leva o nome de Capulana. De origem tsonga (povo africano de maior população na região sul de Moçambique), seu uso aparece no continente africano inteiro. “Vimos o desenho na capa do livro Punga, e tinha uma questão muito forte de uma mulher com uma arma na mão e um filho nas costas. Essa questão da maternidade e da independência. Como ser mãe e ao mesmo tempo ser independente? Observamos que as Capulanas tem um significado muito importante na vida das mulheres. Uma mulher na sua fase anciã, por exemplo, tem um baú de capulanas e a história da família é contada por meio destes tecidos”, explica Priscila.

Por que uma Cia majoritariamente de mulheres negras?
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“Dentro da sociedade que vivemos a mulher negra está no final da pirâmide social. Essa é nossa inquietação. Então resolvemos dialogar com a sociedade sobre o assunto por meio da nossa arte”, argumenta Flávia.
Além disso, todos os grupos que as atrizes integraram anteriormente as Capulanas falavam de questões raciais na visão do Homem. “O que pensamos têm que sair das nossas bocas, do jeito que queremos. Zinho e Manuel (que também fazem parte da cia.) vem para contribuir e para tocar, mas a gente não quer escutar só o que eles (homens) tem para falar, porque todo mundo só os ouve”, comenta Débora.
Adriana acrescenta que “o trabalho do grupo também é voltado para que os homens repensem a Mulher na sociedade atual”.

“Todas as coisas que carregamos como mulheres negras vêm dentro das nossas capulanas, as responsabilidades, transformações e reflexões do nosso trabalho. No momento de independência de alguns países africanos, as mulheres estampavam líderes políticos, frases contra a opressão, tudo haver com o que queremos mostrar”
Priscila Preta




A representação das mulheres negras no teatro brasileiro
“Existe. Na mesma condição da televisão e da mídia como todo. No papel de escrava, empregada, faxineira, sempre em papéis subservientes e submissos”, Débora Marçal


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“O trabalho de atrizes como Zezé Motta, Ruth de Souza entre outras são a prova que temos referências e não é de hoje. Mas elas já estão há quantos anos fazendo este trabalho e não são reconhecidas”,
Flávia Rosa


Negras Poesias

Atualmente, a Capulanas está percorrendo diversos quintais das periferias de São Paulo com o espetáculo Solano Trindade e Suas Negras Poesias, do Projeto Pé no Quintal, contemplado pela edição do Programa de Fomento ao Teatro da Secretaria Municipal de Cultura. A ideia de levar a peça para o quintal está relacionada ao fato deste ser um espaço de convivência do público alvo do projeto, ou seja, moradores das periferias que pouquíssimo consomem cultura, incluindo teatro.
O espetáculo, que também tem textos meus e das demais integrantes da Cia (que contribuem com suas vivências e narrativas traduzindo-as de forma poética), retrata a força da mulher negra por meio das poesias de Solano Trindade, buscando a ancestralidade nas manifestações populares de matriz afro brasileira. Por meio do elemento MC, igualmente dialoga com a cultura Hip Hop.

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LEIA
Damas Negras: sucesso, lutas, discriminação (Zezé Motta, Ruth de Souza, Chica Xavier e Léa Garcia)
Autora: Sandra Almada
Editora: Mauad
1995
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CLICK
ciacapulanas.blogspot.com

Fonte: Aqui

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Meu depoimento no lançamento do livro Retratos da Garoupa de Fernanda Gringolin




Primeiramente gostaria de agradecer o convite da Fernanda estou lisojeada de participar de um momento familiar, artístico e emocionante.
Retratos da Garoupa é um rico trabalho de valorizar a memória e as marcas que carregamos dos nossos familiares. Reconhecimento de que nós somos portadores de histórias e de belas histórias.

A memória e a criação poética no meu caso que escrevo poemas falando sobre a minha experiência negra e tentando remeter a fragmentos da cidade que passei a minha infância são os meus alicerces na escrita.

Sou filha de um casal de baianos, de uma cidade da Bahia chamada Nova Soure. Nasci em São Paulo, mas fui morar nessa cidade com 2 anos de idade e passei toda a minha infância. Retornei a São Paulo com 13 anos.

Carrego muitas lembranças, o cajueiro, por exemplo, foi o meu fiel companheiro, meu avô na sua fazenda fez um balanço pra mim e era a minha diversão preferida. Quando as outras crianças chegavam era um brigueiro, pois eu sentia que era dona do balanço e do cajueiro.

Nas férias escolares do final do ano, em dezembro, época do cajueiro está frutoso e florido, a castanha era uma das moedas de troca, eu ia junto com a minha avó e a minha tia catar castanhas e cajus, com o dinheiro que eu vendia as castanhas comprava todo o meu material escolar do ano seguinte. A minha avó fazia um doce de caju em compota que sou apaixonada.
Em 2009, depois de 13 anos habitando a cidade de São Paulo, fui visitar a cidade da minha infância, muitas imagens mudaram, primeiro porque as crianças da minha idade também cresceram, os mais moços envelheceram e os muitos idosos concluiram o ciclo da vida.
A cidade que era o meu mundo na infância e no momento de retorno como eu tinha adquirido outras referências, as comparações foram inevitáveis. Eu tive a impressão que a cidade de Nova Soure encolheu, que as ruas ficaram estreitas, que a casa onde morei durante 11 anos ficou pequena. Até uma lagoa que tinha na fazenda dos meus avós parecia mais uma grande poça de água.
A parte mais triste deste retorno foi visitar a casa dos meus avós já falecidos há 6 anos. Visitei todos os parentes e amigos,mas deixei a fazenda por último. Na porteira lembrei que meu avô não estaria no cajueiro e a minha avó na beira do fogão, cozinhando duas porções mágicas. Comecei a chorar descontroladamente. Acho que a saudade é suportável, o que eu não aguentei foi ver que o que a minha avó cuidava que era suas plantas e flores já não existiam mais. Meu tio solteiro que mora na casa que foi dos meus avós, acredita que ele colocou um varal no meio da sala? Eu achei um absurso. Mas ele tentou fazer da mesma que meus avós fariam se eu os tivesse visitado antes. Fez galinha caipira no fogão de lenha, que ele não ligava há anos... Nossa quantas lenhas eu carreguei para abastecer aquela cozinha! Ele tirou coco do coqueiro, mangas, cajus, mas eu me alimentei de uma comida salgada banhada pelas minhas lágrimas.
As lembranças e as memórias elas são tão vivas na nossa vida que quando vamos rever no mundo real,elas perdem a proporção que tem dentro do nosso imaginário.
A forma que encontrei de manter essas lembranças e memórias da forma que elas estão impressas em mim, tem sido por meio das poesias e de textos que me teletransportam para estas lembranças e memórias. E para finalizar um poema.

Chamado

Ouço vozes aqui dentro
Vozearia, Gritaria
Identidades diversas
O aveso do meu eu, colcha de retalhos do nós
Ancestralidade clama
Para acendermos a chama.

Axé.
Elizandra Souza

Mais fotos do lançamento:

Fernanda e sua mãe...


Familiares e amigos de Fernanda

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Estou feliz...Mulher no comando....


Eu tenho um sonho que nosso país possa ser mais igualitário nas relações humanas, incluindo mulheres, homens,crianças e idosos!!! Brasil fiquei orgulhosa de ver o seu povo unido e elegendo uma mulher guerreira e de opnião firme...!!!