sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Elizandra Souza, no Sarau Bem Black, dia 19-01 - Salvador!!!


Gostaria de convidar para o Sarau Bem black, no Pelourinho. Participação: Elizandra Souza, no dia 19-01. Compareçam!Conheci o sarau nesta quarta-feira,12-01,estava muito bom e o ambiente é energizante, teve participação do Mc Rapadura - Ceará..

*Poema de Urânia Munzanzu - Baobá


BAOBÁ

Não quero flores, quero um Baobá!
...e um homem que deseje meu corpo de abundantes curvas, meu cabelo crescendo para o alto, minhas ancas largas para guardar filhos, meu cheiro
Não quero flores, quero um Baobá!
...e a minha boca carnuda, para o meu amor, será uma fonte de desejo e deleite.
Não quero flores, quero um Baobá!
Pois quero que meu homem entenda o meu jeito de fazer as coisas, como os modos
de uma rainha,
e esteja livre do pensamento plantado em nós pelo colonizador.
Não quero flores, quero um Baobá!
Para que meu homem saiba dos meus seios fartos, que alimentarão crianças,
e a cumplicidade entre marido e mulher.
Não quero flores, quero um Baobá!
Pois com o meu amante quero construir uma casa, ter um lar, cuidar das plantas,
perder noites de sono com as crianças, ser parceira nos seus sonhos,
e dormir empernada nas madrugadas frias...

Não quero flores!
Elas têm vida curta, e vulnerável ao frio, ao vento, à chuva, ao sol...
Quero o Baobá!
Ele se ergue em terra firme, e o mesmo sol, e a mesma chuva o tornam frondoso e abundante.
Ele pode não trazer o perfume a beleza das flores...

*Urânia, poeta e jornalista da Cidade de Salvador...estou apaixonada pelos seus textos e espero que em breve possamos saborear estes textos em papéis...Agrdecida por compatilhar seus textos.Elizandra Souza

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um poema de presente....



Mais uma vez me sinto bem em publicar em Cadernos Negros, acredito na proposta...e segue um poema de presente para os que não adquiriram o livro. E caso queira,me procurem apenas R$ 20,00.

Cadência Sagrada
Dedicado a Capulanas Cia de Arte Negra
Mulher se curvando para o tambor
Bálsamo curando as feridas do andor
Fruta abrindo-se ao amanhecer
Cortando o vento com as facas do sobreviver

Mulher se curvando para o tambor
Gargalhando da vida sem a fraqueza do riso
Mascarada ela entoa suas cantigas
Escondendo e mostrando as pernas

Mulher se curvando para o tambor
Banhando-se pelas marés
Dançando e se encontrando
Se perdendo e se ganhando
Nos chamados dos corpos eternos

Mulher que só se curva para o tambor
Trançando com os pés o futuro
Desenhando no infinito seu próprio caminho
Rabiscando sem rascunho no ar
Seus braços um grande pelicano a voar...