sábado, 22 de dezembro de 2012

Poesia do silêncio


  1. Maputo# Moçambique# Ouvindo as palavras do mar

    Eu tenho muita coisa a dizer
    mas eu sinto medo
    A palavra não dita...
    é um sonho sem casa rastejando
    nas esquinas da solidão...

    É uma poesia escrita
    nas poeiras das estradas
    ... que o vento arteiro apaga...
    ...nos traços...
    laços do tempo em descompasso...
    esventro-me no silêncio gritante
    desta pária sociedade voando vazia
    num mundo em desmundo...

    Desabito os esconderijos...
    dos segredos das folhas,
    das verdades rabiscadas
    nas pétalas dos girassóis...
    ...sol...
    meu amigo mais constante...
    que ávido de tesão testemunha meus segredos
    e tênue, acaricia meus africanizados espíritos...
    nesses instantes já nem sei quem sou...

    Elizandra Souza# Sininho Paco#Moçambique#2012

Um comentário:

Anônimo disse...

Elizandra,

Seu poema é forte, como você. Parabéns.

Esta estrofe, de modo especial, mais mencantou:

"É uma poesia escrita
nas poeiras das estradas
... que o vento arteiro apaga...
...nos traços...
laços do tempo em descompasso...
esventro-me no silêncio gritante
desta pária sociedade voando vazia
num mundo em desmundo..."

Beijo,

Jonathan