quarta-feira, 16 de abril de 2014

A Paixão de Cláudia - Dia 18 de abril, 14h - Igreja da Consolação


O ato público e cultural “A Paixão de Claudia”, articulado pela empresa Cubo Preto Ensino de Arte e Cultura Ltda., juntamente com ONGs, associações, coletivos culturais, empresas, órgãos da imprensa formal e informal e por profissionais de várias áreas das artes e interessados na vida em sociedade de modo geral, constitui-se como uma homenagem à mulher negra, trabalhadora e mãe brasileira, Claudia da Silva Ferreira, de 38 anos, que no dia 16 de março de 2014, foi atingida por uma bala perdida dispara por agentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro, socorrida pela mesma ainda em vida e arrastada por cerca de 350 metros, chegando ao hospital morta e com partes de seu corpo em carne viva.

Mãe de quatro filhos biológicos e educadora de quatro sobrinhos, entendemos que o que houve configura-se como uma tragédia horrenda e, diante do silêncio com o qual a imprensa e a sociedade civil recebeu e reagiu diante desta barbaridade ocorrida com uma mulher negra que, como muitas outras alicerça o país por meio de sua força de trabalho, decidimos que era este o momento de prestar uma homenagem às muitas mães pretas que criam, educam, trabalham para a criação e educação dos filhos negros e brancos deste Brasil. Negros quando biólogos, brancos quando filhos de seus empregadores. Isso desde o século XVI. Não é aceitável tamanha anestesia diante de uma vida perdida de maneira violenta e cruel e de uma família negra destruída. E se fosse uma mulher de família branca e de classe media? Haveria maior comoção social? Acreditamos veemente que sim. Uma vida não vale mais do que outra, nós brasileiros precisamos compreender.

Desse modo, escolheu-se a data de 18 de abril por ser feriado, ou seja, não serão causados danos ao transporte da cidade e ao direito de ir e vir dos cidadãos paulistanos. Para além disso, a data relembra a Paixão de Cristo, assassinado em nome da liberdade da humanidade, levando com sua vida os pecados dos homens. Compreendemos que essa Claudia, e muitas outras Claudias, levam em seus corpos e em suas vidas cotidianas as chagas de uma sociedade desigual, que não as confere o devido valor enquanto força motriz da nação em eterno desenvolvimento e enquanto mulheres que são, seres humanos com sonhos, desejos, necessidades, direitos e deveres.

Por meio de ações e manifestações, performances e apresentações realizadas nas mais diversas linguagens das artes, nos reunimos para celebrar a mãe preta do Brasil, as famílias negras, as famílias coloridas, o direito à vida, ao respeito ao cidadão, à cidadã, aos acessos básicos ao direito de ir e vir, à saúde, à educação, à moradia, ao fim dessa condição de cidadania de segunda classe a qual está relegada parte expressiva da população brasileira. 

Definido o percurso do dia 18 de abril, nos concentraremos às 14h vestidos de preto e carregando rosas vermelhas defronte à Igreja da Nossa Senhora da Consolação. Preto em algumas sociedades tradicionais africanas remete à família, ao lar. Rosa vermelha, uma beleza que a própria natureza armou com espinhos para se proteger de seus opressores. 

Da Igreja da Nossa Senhora da Consolação, às 15h, caminharemos ao som de atabaques que invocam nossos ancestrais africanos que com seus braços, pernas, sangue e suor, erigiram o Brasil, até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, localizada no Largo do Paissandu, onde encontra-se a estátua da Mãe Preta, feita pelo artista Júlio Guerra representando todas as mães pretas que foram e são base desse Brasil. 

No Largo do Paissandu será armado um palco no qual, das 16h às 20h, ocorrerão apresentações pacíficas, entretanto não menos indignadas e perplexas, de música, dança, artes cênicas, literatura e artes visuais, sempre com foco no tema do ato cultural porque na poesia das artes há reflexões que compreendemos como precisas e profundas.

Estimamos que desse ato cultural participem 2000 pessoas conforme confabulações entre parceiros e voluntários. 

Sem mulher negra não teríamos nada. A sociedade brasileira precisa de suas "Claudias" para continuar produzindo, criando, dançando, passeando, trabalhando, transando, vivendo. 

É hora de nos mostrarmos nesse ato cultural e artístico que não visa o "vandalismo", porque faremos o contrário do que esperam da gente de cor, faremos com arte.

__________

Contato para informações, colaborações, sugestões e somas – só vale somar, o Estado já subtrai o bastante: paixaodeclaudia@gmail.com

Quem não puder colaborar basta aparecer no dia 18 de abril defronte à Igreja da Consolação, às 14h, com sua roupa preta e sua rosa vermelha.

Vamos mantendo os interessados informados por aqui.

segunda-feira, 31 de março de 2014

AGENDA – LANÇAMENTOS PRETEXTOS DE MULHERES NEGRAS


















ABRIL/2014

Dia 03 (quinta-feira),19h30. SOBRENOME LIBERDADE Relicário Rock Bar – Rua Manoel de Lima, 178. Jordanopólis/ Grajaú. Zona Sul. Entrada franca.

Dia 08 (terça-feira), 20h. SARAU SUBURBANO CONVICTO – Livraria Suburbano Convicto – Rua 13 de Maio, 70. 2º andar. Bixiga. Entrada franca.



Dia 10 (quinta-feira), 20h. SARAU ELO DA CORRENTE. Bar do Santista – Rua Jurubim, 788 A. Pirituba, Zona Oeste. Entrada Franca.

Dia 17 (quinta-feira), 19h30. SARAU MAGOMA . Quilombo Bar & Restaurante – Rua Andorinha dos Beirais, 413. Jardim Dom José. Entrada franca.



segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Antologia ‘Pretextos de Mulheres Negras’ reúne 22 escritoras contemporâneas

Livro organizado por Elizandra Souza e Carmen Faustino será lançado no próximo dia 31 em São Paulo, SP


Com a urgência poética de milhões de olhos surge, na literatura contemporânea, a antologia Pretextos de Mulheres Negras, que será lançada no próximo dia 31 de outubro em São Paulo (SP).

O volume de quase 140 páginas apresenta em cada uma das 22 autoras – 20 de São Paulo e as convidadas Queen Nzinga Maxweell (Costa Rica) e Tina Mucavele (Moçambique) – subjetividades e autorrepresentações, seja nos textos, nas imagens, nos perfis biográficos ou na forma como lutam por resistência, memória, pertencimento, ludicidade, corporeidade, musicalidade, religiosidade e outros valores presentes nas africanidades e na diáspora.

“Temos a intenção de religar os nossos vínculos ancestrais e também escrever a melodia dos nossos próprios ritmos”, anuncia a organizadora do livro, Elizandra Souza.

A obra é parte das ações do coletivo Mjiba, que fortalece o protagonismo da mulher negra em diferentes esferas e foi também inspirada no livro “Oro Obínrin – 1º Prêmio Literário e Ensaístico sobre a Condição da Mulher Negra”, publicado em 1998.  O volume é também uma homenagem a escritora Maria Tereza (em memória) e faz também referência às crianças do círculo de convivência das autoras.

Na apresentação, as palavras de Conceição Evaristo “gosto de escrever, na maioria das vezes dói, mas depois do texto escrito é provável apaziguar um pouco a dor, eu digo um pouco... gosto de dizer ainda que a escrita é pra mim o movimento de dança-canto que o meu corpo não executa é  a senha pela qual eu acesso o mundo” resumem o processo. “Este processo foi vivenciado pelas convidadas... somos a continuidade de mulheres negras e precisamos, como toda plantação, replantar e espalhar novas sementes”, pontua Elizandra Souza.


Sobre a obra e o coletivo Mjiba
A antologia teve a organização de Carmen Faustino e Elizandra Souza traz o projeto gráfico de Nina Vieira e ilustrações de capa e homenagem feitas por Renata Felinto. Já as fotografias das autoras foram clicadas por Chaia Dechen.

Durante o lançamento no próximo dia 31, o evento conta também com música de Camila Trindade e discotecagem da DJ Vivian Marques, além de recital com as autoras Carmen Faustino, Chaia Dechen, Debora Marçal, Elidivânia Souza, Elis Regina, Elizandra Souza, Flávia Rosa, Janaina Teodoro, Jenyffer Nascimento, Landy Freitas, Lids Ramos, Lu’z Ribeiro, Luciana Dias, Mel Duarte, Nayla Carvalho, Priscila Preta, Raquel Almeida, Rose Dorea, Tiely Queen e Tula Pilar.



As ações do coletivo Mjiba são inspiradas na palavra, que originária da língua chona, de Zimbabuê, onde as jovens mulheres revolucionárias enfrentaram as tropas britânicas e lutaram pela independência do país. Tocada pela história, a poeta Elizandra Souza publicou, de 2001 a 2005, o fanzine chamado Mjiba e desde 2004 realiza o evento ‘Mjiba em Ação’, quando homenageia a mulher negra próxima a data de 25 de julho.

Neste ano o projeto teve o apoio do programa VAI – Valorização de Iniciativas Culturais.

Serviço
Lançamento ‘Pretextos de Mulheres Negras’

Quando: 31 de outubro das 19h às 22h
Onde: Ação Educativa
Endereço: Rua General Jardim, 660, Vila Buarque, Centro – São Paulo (SP).
Informações: (11) 3151-2333 r. 153 /9825140-24/98651-2546

E-mail:  mjiba.comunicacao@gmail.com


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Ogum’s Toques convida Elizandra Souza

Lançamento do livro Águas da Cabaça
No próximo sábado, 28 de setembro, a poetiza Elizandra Souza lança em Salvador o seu mais novo livro, Águas da Cabaça. Com ilustrações de Salamanda Gonçalves e Renata Felinto, a obra faz parte do projeto Mjiba – Jovens Mulheres Negras em Ação e reúne sete mulheres negras em diferentes protagonismos dentro do livro. O lançamento acontece durante a Feira de Saúde no terreiro da Casa Branca as 17hrs, seguido da apresentação do grupo Águas de Samba.
O livro é a segunda ação do Mjiba contemplado pelo VAI– Valorização de Iniciativas Culturais 2012, da Secretaria de Cultura do Municipal de São Paulo. Entre as mulheres envolvidas no livro estão Carmen Faustino, Nina Vieira, Mel Adún e Priscila Preta.
Ogum’s Toques do Escritor é um projeto da Ogum’s Toques em parceria com o CEAO (Centro de Estudos Afro Orientais) que se propõe a estabelecer um diálogo sobre Literatura Negra e as produções de escritoras e escritores negros (as); seja lançando livros ou requentando publicações, sempre com música – a banda residente Águas de Samba, liderada por Víviam Caroline, abrilhantando a noite – e sua kitanda poética, que consiste na exposição de produtos relacionados com o contexto literário.
A primeira edição contou com a valiosa participação da escritora e prosadora, Cidinha da Silva, seguido dos escritores José Carlos Limeira e Éle Semog e por último o escritor Abelardo Rodrigues. O projeto literário Ogum’s Toques nasce do sonho do poeta, designer, compositor e arte-educador Guellwaar Adún no intuito de divulgar textos próprios e de outros escritores negros do Brasil, diáspora negra e continente africano, diante da invisibilização a que são submetidos os mesmos. 

Quando: 28 de setembro, 2013.
Onde: Casa Branca | Av. Vasco da Gama | Salvador |BA
Horário: 17 as 21h.

domingo, 1 de setembro de 2013

#MJIBA#ENCERRAMENTO DO ENCONTRO #EstéticasdasPeriferias



#MJIBA#ENCERRAMENTO DO ENCONTRO #EstéticasdasPeriferias

Com a proposta político cultural para estimular a participação de poetisas negras na cena cultural, as organizadoras da Antologia Poética Pretextos de Mulheres Negras - Carmen Faustino e Elizandra Souza convidam: Jenyffer Nascimento, Lu'z Ribeiro, Mel Duarte e Raquel Almeida. Pocket show: Rafael Emílio.

Dia 01 de setembro (domingo), das 12h30 às 13h30, Parque Estadual Belém – Zona Leste. Entrada franca. 




sábado, 6 de julho de 2013

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Agenda - Julho - Elizandra Souza

Agenda # Julho #2013 - Elizandra Souza - Águas da cabaça
Dia 04 (quinta- feira) - Comemoração do aniversário e declamação de poesias no Sintonia - DJ Club.
Dia 05 (sexta-feira) - Sarau Literatura Negra e Oral - Biblioteca CEU Capão Redondo.
Dia 11 (quinta-feira) - Lançamento do Águas da Cabaça no Sarau Elo da Corrente em Pirituba - Zona Oeste.
Dia 21 (domingo) - Lançamento do Águas da Cabaça - Festival Latinidades - Brasília - DF

terça-feira, 11 de junho de 2013

4º Mjiba em Ação - Comemoração ao Dia da Mulher Negra



Mjiba em Ação é um evento em comemoração à data 25 de Julho - Dia da Mulher Negra, instituído em São Domingos na República Dominicana no Congresso de Mulheres Afro-Latinas-Americanas e Afro-Caribenhas em 1992. No ano de 2012 completou 20 anos que diversos coletivos de Mulheres Negras ativistas na América Latina e Caribe reuniram-se para criar um documento para orientar as políticas públicas com o intuito de diminuir as desigualdades sociais que as mulheres negras ocupam, na base da pirâmide social. E a área da cultura é um importante aliado para conscientizar jovens mulheres negras no seu papel na sociedade e seu poder de transformação. 

Por isso a importância de realizar a 4ª edição do Mjiba em Ação, atividade que além da comemoração essa data, pretende discutir e dialogar com jovens mulheres negras e reúne as diversas linguagens artísticas como música, dança, literatura, teatro e artes visuais. O evento será realizado no CEU Três Lagos, Distrito do Grajaú, na Zona Sul da capital, o local foi escolhido pelas integrantes, que residem nas vizinhanças do espaço e também pela necessidade de promover essas temáticas na região. Foi observado também a importância de incluir as crianças para vivenciar a cultura negra com convidados que dialoguem com as mesmas, como contação de histórias e trupe de palhaços.

Esta atividade foi realizada por dois anos consecutivos, em 2004 e 2005 no mesmo espaço. E a terceira edição, no ano de 2012, contemplada pelo Programa VAI- 2012. E este ano, o evento integra o Projeto Mjiba – Pretextos de Mulheres Negras - proposta de política cultural para estimular a participação de jovens mulheres negras fortalecendo o seu fazer artístico aumentando a presença dessas artistas em espaços de destaque. A realização do projeto foi contemplado pelo Programa VAI/2013.


PROGRAMAÇÃO:

Dia 04 de agosto de 2013 - das 15h às 19h - CEU Três Lagos - Grajaú - Zona Sul

ESPECIAL CRIANÇAS:
Contação de histórias com Kiusam
Trupe Liuds (Palhaços)

POESIAS:
Rose Dorea
Tula Pillar
Tiely Queen

DISCOTECAGEM:
Dj Vivian Marques

BATE PAPO: 
Emprendedorismo Cultural + Desfile:
Ana Paula – Xongani
Raquel Deanto
Michelle Butique de Criola

MÚSICA:
Janine Mathias (Curitiba -PR)
Izzy Gordon

ENCERRAMENTO
Grupo Umoja – Percussão, música e dança

Equipe: Carmen Faustino, Elizandra Souza, Elidivânia Souza, Elisângela Souza e Thais Vitorino.
Foto: Chaia Dechen
Filmagem: Mel Duarte
Assessoria de imprensa: Jéssica Balbino.

Serviços:
Dia 04.08.2013 das 15h ás 19h
CEU Três Lagos. Zona Sul. Entrada Gratuita.
Rua Nereu Bertini Magalhães, 302.
Jardim Três Corações, Zona Sul.
Lotação no Term. Grajaú . Jardim Porto Velho (6016-41) ou Jardim Noronha (6016).
E-mail: mjiba.comunicacao@gmail.com

segunda-feira, 13 de maio de 2013

#Elizandra Souza# Contra a Redução da Maioridade Penal#





Bom dia, a educação vai mal
Transporte e Saúde vão mal
Moradia também vai mal
E vocês dizem que o problema é reduzir a
Maioridade penal?

O silêncio também mata
Eu digo não a redução da maioridade penal
Adolescer não pode ser crime
As ruas não podem ser campo minado
Cuidado,cuidado, cuidado

Rouba a brisa, opnião pública
Genocida noticia
Na manchete menor mata
Menor rouba, menor, menor

Na tela apenas sequela
De um sistema falido
Combater a consequencia
Mascarada fica a causa

Redução da maioridade penal
É dá tiros nos pés
Brincar de solução educacional
Prender o futuro no passado
Colocando curumins no sistema prisional

Xangô, sabe os meninos, no relento,
Cirandeiros no mundo
Descalços na roda da vida
Queremos justiça e liberdade,
E seguir os passos do vento...

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Rappers rimam contra a reducão da maioridade penal

São Paulo – Em protesto aos clamores pela redução da maioridade penal, rappers e poetas de várias cidades estão fazendo raps com argumentos contrários a mudança no código penal. O projeto começou há duas semanas e 18 vídeos já foram publicados em um canal no Youtube. A ideia,é que mais pessoas elaborem rimas e participem.

Para o idealizador do projeto, o poeta Akins Kinte, o rap “é a música da revolução” e apresenta argumentos de maneira mais clara e direta. “É até uma covardia, pegam pessoas que nunca nem leram o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Elas estão de 'calças curtas' na rua. Mostram um vídeo de um assassinato, que é triste, daí é claro que ela vai dizer que é favor”, acredita, fazendo críticas ao meios de comunicação tradicionais, que na sua avaliação, são tendenciosos e apoiam a redução.

O clamor pela mudança começou em abril, depois que um universitário foi assassinato por um rapaz de 17 anos na zona leste de São Paulo. Em função do crime, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) enviou um projeto ao Congresso Nacional pedindo a redução da maioridade penal. O texto encaminhado mantém a idade atual, 18 anos, mas pede o aumento do tempo de reclusão máxima dos infratores de três para oito anos. Depois disso, audiências públicas para discutir a redução foram marcadas na Câmara e assembleias estaduais.

“O importante são as pessoas repensarem, ouvir os argumentos. Eu vejo pessoas próximas, no próprio meio do rap com dúvida, aí você argumenta, e elas repensam”, afirma Akins. Entre os rappers que participam do projeto estão Tubarão Dulixo e Lurdes da Luz. “A ideia é que muita gente participe. Eu estou vendo com o pessoal do Rio e de outros lugares e eu quero chegar nos caras do funk porque eles são uma referência também”, afirma Akins.



Os vídeos podem ser gravados com webcam ou celular, à capela. “A ideia é focar na mensagem mesmo”, explica. Interessados podem entrar em contato por meio da rede social da iniciativa ou enviar e-mail para contramaioridadepenal@gmail.com.

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/entretenimento/rappers-rimam-contra-reducao-da-maioridade-penal#disqus_thread




Confira alguns vídeos:






Vídeo - 3º Mjiba em ação

Mjiba em Ação é um evento em comemoração à data 25 de Julho - Dia da Mulher Negra, instituído em São Domingos na República Dominicana no Congresso de Mulheres Afro-Latinas-Americanas e Afro-Caribenhas em 1992. Esta atividade além da comemoração pretende discutir e dialogar com jovens mulheres negras e reúne as diversas linguagens artísticas como música, dança, literatura, teatro e artes visuais.
O evento é realizado no CEU Três Lagos, Distrito do Grajaú, na Zona Sul de São Paulo.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

# Elizandra Souza# Flipoços# Encontro de Arte da Periferia# Dia 30 de abril# Poços de Caldas# MG





DIA 30 DE ABRIL | TERÇA-FEIRA TEATRO DA URCA
10h  - Literatura Infantil - Contação de Histórias "Lá vem Histórias..." com Giovanni Dias
14h - Encontro de Arte da Periferia
15h -"Quanto o Hip Hop e a Periferia encontram a Literatura..."; com Toni C (artista multimídia. Criador da seção Hip-Hop a Lápis no Portal Vermelho organizador da antologia "Hip-Hop a Lápis - O livro". Membro fundador da Nação Hip-Hop Brasil) , Rapadura (, Marcelino Freire (Criou a Balada Literária, evento que reúne escritores, nacionais e internacionais, pelo bairro paulistano da Vila Madalena. Venceu Prêmio Jabuti 2006 com "Contos Negreiros") e Renan Inquérito (premiado representando do Rap brasileiro - mediador) - 
17h - "A Poesia Feminina na Literatura da Periferia" com Livia Cruz (desponta como uma das principais expoentes da presença feminina no hip-hop brasileiro) , Elizandra Souza (Editora da Agenda Cultural da Periferia na Ação Educativa, locutora da Rádio Comunitária Heliópolis FM), Luanna Rebetti (Presidente da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop) e Jéssica Balbino (Jornalista, escritora e agitadora cultural - mediadora)
20h Encerramento do Encontro de Arte da Periferia com Dexter Oitavo Anjo (um dos maiores representantes do Rap nacional) e DJ Loo (participou da gravação dos CD's: KL Jay na batida) - pocket show. Participação especial do artista plástico e grafiteiro Eduardo Kobra.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

# Elizandra Souza# Encontro de MC'S na Casa do Hip Hop# Diadema # Dia 20/04 (sábado), 14h#


O encontro de MC’s que acontece sábado, dia 20 de abril, às 14h, na Casa de Hip Hop de Diadema, será um reduto para fãs de Hip Hop. Todos estão convidados a levarem poesias, rimas e demais expressões artísticas. A entrada é Catraca Livre.

O evento receberá representantes de vários movimentos, dentre eles Elizandra Souza, escritora que levará seu mais recente livro “Águas de Cabaça”. A obra reúne poesias de sete mulheres e é fruto do projeto Mjiba – Jovens Mulheres Negras em Ação, que recebeu, em 2012, financiamento do VAI – Valorização de Iniciativas Culturais. A ilustração é de Salamanda Gonçalves e Renata Felinto. Também participaram da iniciativa a artista gráfica Nina Vieira, a jornalista e escritora Mel Adún, a dançarina e poeta Priscila Preta e a arte-educadora Carmen Faustino

Fonte: http://catracalivre.com.br/sp/cultura-de-ponta/gratis/casa-de-hip-hop-de-diadema-recebe-a-escritora-elizandra-souza/

sexta-feira, 12 de abril de 2013

#Águas da cabaça# Festa Fya Bun# Dia 14 de abril (domingo), 15h#





FESTA FYA BUN IN NA TOCA

Atividade de rap com intervenção poética, nesta edição com pocket show de Akira Presidente (RJ). Discotecagem com os DJ’s: Kiko, Nelsinho Black e convidados. Intervenção poética com Marco Phé e convidados. Lançamento do livro de poesias Águas
da Cabaça, de Elizandra Souza. Dia 14 (sábado), das 15h às 22h. Rua Guaruvá, 451. Cidade Dutra. Zona Sul. Entrada R$ 5,00. urbansoulbar@gmail.com

sexta-feira, 5 de abril de 2013

#Francis Gomes homenageia o livro Águas da cabaça com a poesia Palavras de Preta#

Palavras de Preta

Esta flor de buriti

Com raízes para fora da terra,

Em legítima defesa

Sem meio-termo

Usa Felinas palavras

Para dizer comigo ninguém pode.

E na ponta dos dedos,

Em cada poema novo,

Mostra sua identidade,

Com palavras de preta,

Para mulheres pretas,

Vestidas de rua

Com rosas brancas,

Nas novas manhãs.

E neste universo de saias,

A favela, mulher

A mulher favela

Trás em sua bagagem,

Águas calmas,

Boas águas,

Imagens do vento,

Do outro lado,

Tecendo memórias,

Preservando heranças,

Para a descoberta

De um novo existir

Tocando calimba pra mim

E fazendo entrega de poemas

Na chegada

Do pôr do sol.


Francis Gomes - Poeta e cordelista da Cidade de Suzano.

Saiba mais: http://poetafrancisgomes.blogspot.com.br/

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

I SEMINÁRIO DE LITERATURA DA PERIFERIA



O seminário pretende discutir e analisar a produção literária das periferias, em SP e fora do estado, com base nos eixos: Política, Educação e Estética, em três palestras/debate com a presença de escritores/as (poetas e prosadores) educadores/as e pesquisadores/as que atuam e refletem o tema.




PROGRAMAÇÃO:


15/03/13 (sexta-feira)- das 18h às 20h

Tema: Literatura da periferia e política: trança de raiz?
Sinopse: Entre manifestos e manifestações a literatura da periferia parece gritar em todos os seus temas. Nela o direito à existência é afirmado na denúncia e no amor, na dureza da narrativa e no gozo do verso e vice-versa. A proposta é discutir quais são as aproximações ente a produção literária da periferia (oral e escrita) e a ação política inerente ao ser social. Onde elas se encontram? Ou mesmo, é possível existirem separadas?
Palestrantes: Nelson Maca (BA) e Ruivo Lopes (SP)
Mediador: Diego Arias (Sarau da Brasa)

16/03/13 (sábado)- das 18h às 20h

Tema: Barreiras visíveis e invisíveis: Teorias e práticas que se entrelaçam na Educação e na Literatura da periferia.
Sinopse: A proposta é que os convidados discorram sobre suas atuações entre o universo da Educação e da criação literária da periferia, suas visões e perspectivas neste trânsito de conhecimentos que podem potencializar cada vez mais as relações sociais. Como encontrar brechas para aguçar o imaginário dos educandos no ensino formal, como desenvolver ações no ensino dito informal, em que saraus, centros culturais independentes estão em movimento, engrossarão o caldo neste encontro.
Palestrantes: Allan da Rosa (SP) e Celinha Reis (SP)
Mediador: Michell da Silva - Chellmí (Sarau da Brasa)

17/03/13 (domingo) - das 17h às 19h

Tema: Entre as frestas da forma: Rachaduras e horizontes.
Sinopse: A mesa propõe discutir e analisar o desenvolvimento estético da literatura da periferia (oral e escrito), a relação e os entraves com a atuação engajada de seus protagonistas.
Palestrantes: Cidinha da Silva (MG) e Érica Peçanha (SP)
Mediador: Michel Yakini (Sarau Elo da Corrente).
Dias: 15, 16 e 17 de março de 2013.

Local: Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso

Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641. Vila Nova Cachoeirinha. Zona Norte.
(ao lado do terminal Cachoeirinha)

Link para ônibus e mapa: http://ccjuve.prefeitura.sp.gov.br/como-chegar/


Organização: Sarau da Brasa, Sarau Elo da Corrente, Projeto Espremedor e CCJ Ruth Cardoso.


Projeto contemplado no Edital de Ocupação do CCJ.



Fonte: http://brasasarau.blogspot.com.br/p/i-seminario-de-literatura-da-periferia.html

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Resenha do livro "Águas da Cabaça" - Jéssica Balbino


Águas da Cabaça: as poesias maduras e tocantes de Elizandra Souza


Escritora foge da fórmula mais do mesmo, aposta na feminilidade e traz obra completa


A escritora Elizandra Souza (Foto: Cristina Sininho)
Por Jéssica Balbino
Tem o frescor da água bebida na cabaça. A fertilidade das sementes que gingam dentro dela. A feminilidade aflorada que só o fruto da poesia pode trazer. É preto. É colorido. É pulsante. Como a vida. É dolorido, como todos os preconceitos que atravessam os séculos. É doce como a esperança que brilha nos olhos das crianças. É o livro “Águas da Cabaça” de Elizandra Souza.
Lançado em outubro de 2012, a obra com 137 páginas é o fruto do amadurecimento da autora como poeta, como mulher, como representante da cultura negra.
Delicioso de ser tocado, mas para ser sentido, o livro é divido em cinco partes, além da biografia, que em traços negros, inspirou a poeta que nos faz abrir a cabaça, beber da fonte da arte mais pura que tem: feita com o coração, com a alma e com a ancestralidade.
Fora do lugar comum da literatura periférica, a obra vai além: tem verdade. Tem sentimento. Foi feita dia após a dia, gerada, cuidada, como semente a ser cultivada. E floresceu. Trouxe-nos frutos. “Águas da Cabaça” é uma obra madura. Pensada. Tratada com carinho. Não foi feita no susto, às pressas, no ‘mais do mesmo’. É mais do mais.
Contudo, a crítica e o ambiente de periferia, tidos como latente na literatura produzida em meio aos guetos não ficam de fora da obra de Elizandra. Mas eles chegam, assim como seus poemas, até mesmo os mais agressivos, com suavidade. Como no balançar das águas, como a areia da praia, como as cores da África, como as cores da vida. Por mais fortes e duros, os poemas são esperançosos. Como, penso eu, a vida deve ser.
Demorei para conseguir concluir uma resenha sobre o livro, embora tenha lido ainda em PDF. A explicação é uma só: ele é como alimento, como água na cabaça. Tem que ser um pouco por dia. Um dia de cada vez. Em ordem e aleatório. Uma obra que deve ser sentida. Absorvida.
Fui tocada não apenas pela leveza com que o projeto gráfico nos propõe, mas também pelas divisões de capítulos, com menções tão lindas a guerreiras negras ainda mais lindas. O livro me mudou. Me completou. Me trouxe o encontro que eu precisava comigo mesma, com a minha história, com a vida de milhares de mulheres que lutaram por nós. E foi no momento em que eu mais precisava.
Elizandra Souza soube fazer a vida soprar, pular e reverberar por meio das páginas do “Águas da Cabaça” com textos que passeiam sobre o que somos, o que fomos, nossos sonhos, nossas realizações e o amor. Ah, o amor. Ele está presente em toda obra. Seja na forma das raízes, dos poemas, da negritude, das novas manhãs, das pontas dos dedos, da saudade do ‘painho’, do cuidado com Andwele, das mulheres campesinas, da Favela, Mulher!, das estrelas que não se apagam, do ritual secreto, da fundação e da poesia que está em toda parte.
A diagramação feita por Nina Vieira ganha ilustrações de Renata Felinto, e que são arrematadas pela capa concebida por Salamandra Gonçalves. O time, todo feminino, completa a arte da veterana Elizandra Souza, que já lançou Punga, ao lado de Akins Kintê e participou de um sem número de publicações, contribuindo com o inato jogo das palavras, acrescido do jornalismo que assim como a arte, é latente e quase palpável.
O único defeito da obra: demorou muito para ser lançada e acaba tão rápida que tem que ser relida, carregada, compreendida e degustada. Mas, pede mais. Eu peço mais !!!
Mais sobre a obra: http://www.facebook.com/elizandramjiba?fref=ts

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Agenda Elizandra # Águas da Cabaça # Punga #2013




FEVEREIRO

Dia 06/02 (quarta-feira), 19h30 – Lançamento do livro PerifeMinas  - Frente  Nacional de Mulheres do Hip Hop. Participo com um poema junto com mais 59 autoras.
Ação Educativa – Rua General Jardim,660. Vila Buarque.

Dia 08/02 (sexta-feira), das 22h às 06h – Lançamento do livro Águas da cabaça no Sarau da Madrugada - Espaço Cultural Afrika- Avenida Vereador João de Lucca, 41. Cruzamento da Avenida Washington Luiz com a continuação da Cupecê. Zona Sul. Informações: http://sementedeangolasp.blogspot.com.br

Dia 21/02 (quinta-feira), das 19h às 22h. Lançamento do livro Águas da cabaça no Sarau Art’tude - Bar do Boné – Av. Nossa Senhora da Saúde, 1.007. Vila das Mercês. Zona Sul.

Dia 24/02 (domingo), 16h. Lançamento do livro de poesias Águas da cabaça no Encontro Rap com shows com Dugueto, Família NDR e A Matilha. Sedinha do Galo Real – Rua Gaita de Folias, 385. Altura do nº 3631 da Estrada do M Boi Mirim. Jardim Ângela, Zona Sul. Entrada franca.

Informações: mjiba.comunicacao@gmail.com / 98251-4024 (tim)/ 97684-6061  (vivo)

#existediálogoemSP, dia 5 de fevereiro, às 18h30, no Centro Cultural São Paulo.



Secretaria Municipal de Cultura convida a todos para o lançamento do programa #existediálogoemSP, dia 5 de fevereiro, às 18h30, no Centro Cultural São Paulo.

#existedialogoemSP

Um programa da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo destinado à construção colaborativa de políticas públicas.

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/noticias/?p=11976

São Paulo quer diálogo. 

Artistas, produtores, realizadores, editores, ativistas, articuladores – toda a gente múltipla e diversa que vive cultura e arte – têm procurado a Secretaria Municipal de Cultura para abrir conversas sobre as políticas culturais para a cidade. 

A cidade precisa fortalecer seus espaços de convivência, de diálogo, especialmente na construção das políticas públicas. 

Diálogo como ponto de partida e de chegada da política cultural. 

A Secretaria Municipal de Cultura como gestora de uma política compartilhada, transparente e presente no território. Diálogo como forma de ampliar processos, fortalecer fluxos, multiplicar a efetividade.

É necessário compartilhar os primeiros diagnósticos e frentes que a Secretaria irá abrir em 2013. Uma política cultural que deve atender demandas e necessidades culturais de todos.

Acima de tudo, a política cultural deve estar baseada na escuta. Pois não acreditamos em gestão dentro de gabinetes e sabemos que para dar conta de todos os desafios precisaremos das ideias e da permanente mobilização que a cidadania e a classe criativa de São Paulo acumularam ao longo dos anos.

Por isso, convidamos a todas e todos para participarem do lançamento do programa #existediálogoemSP, um espaço aberto, presencial e virtual, que a Secretaria Municipal de Cultura está lançando para organizar essa conversa. 

Uma conversa que agora se inicia e deve se desdobrar em diálogos nos diferentes bairros e com diferentes segmentos e linguagens artísticas.

Numa democracia contemporânea, o diálogo é essencial, mas não pode ser um fim em si. É preciso transformar as conversas e ideias em projetos e ações as quais transformem a vida cotidiana dos cidadãos – aqueles para quem a política cultural deve estar voltada.

São Paulo tem vivenciado seguidas manifestações que demandam mais espaço público e convivência. Entendemos que é importante inspirar a gestão municipal nesse espírito de paz, fraternidade e amor pela cidade e construir canais de diálogo franco.

A hora é de ousarmos imaginar. 

Há muito por ser feito, e precisamos contar com a ajuda de todas e todos na cogovernança dessa cidade infinita chamada São Paulo.

A partir desse programa de diálogo, a Secretaria Municipal de Cultura pretende para 2013:

1. A criação de um gabinete aberto e digital, baseado em processos de diálogo permanente;

2. A instalação de um novo Conselho Municipal de Cultura, baseado em articulações setoriais, territoriais e transversais;

3. A elaboração de um Plano Municipal de Cultura, destinado a pensar as políticas públicas pelos próximos dez anos;

4. A incorporação das demandas públicas da cultura no processo de revisão do Plano Diretor.

DIA 5 DE FEVEREIRO, ÀS 18H30

Centro Cultural São Paulo
Sala Adoniran Barbosa
R. Vergueiro, 1000 / CEP 01504-000
Paraíso / São Paulo SP / Metrô Vergueiro
11 3397 4002
ccsp@prefeitura.sp.gov.br



terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Escrevendo meus passos na areia do mar...

Chegou 2013 com toda a força que meu Odun propõe....É época de plantar novas colheitas, semear novas flores, arar novos terrenos...Esculpi dias melhores em pedras firmes...Trovejar, ventar e prosperar...É tempo de agradecer...de buscar...2013 completa meu ciclo de Saturno...30 anos de ventania... Que venha 2013 com toda a fúria de um beijo e toda a calmaria de uma luta. Asé.
Elizandra Souza

sábado, 29 de dezembro de 2012

Daniel Alves foi tocar em outro lugar...

Daniel nosso mestre tocador...Saudades
Já não sei como nos conhecemos, mas lembro que foi por meio do Akins Kinte que a amizade firmou. Lembro também que em uma atividade no Cabeça Preta em Santo André foi emocionante ver o Ballet Afro Koteban, não lembro o ano, mas deve ter sido em meados de 2007.  Daniel era disciplinado como poucos quando se tratava da música  mandingue do Oeste Africano, conhecia todos os ritmos e cantos dessa região. E contava como um Griot e um verdadeiro Mestre de ensinar. Ficamos mais próximos com o Recital Corações em Punga em março 2011 com formação de. Akins Kinte, Daniel Alves, Nego Jo, Elizandra Souza e Ana Paula Gomes. Foi a partir dai que conheci mais desse grande guerreiro que amava a música africana incondicionalmente. Nada que eu disser aqui vai ser digno do homem que ele representava como um Griot, uma enciclopédia viva de ritmos e cantos africanos e afro-brasileiros.Fica aqui minha pequena homenagem de saudades. Hoje dia 29 de  dezembro de 2012, o dia nublado e quente com fortes chuvas e trovões para receber Daniel no Orun. Vá em paz meu irmão...aqui fica esse tambor batucando no peito...o crim gritando em meus ouvidos...o berimbau na minha lembrança...e os dunus esses não encontraremos substitutos...Andwele meu sobrinho perguntou: - Daniel morreu, mas ele levou os tambores?
Nego Jo e Daniel Alves - Ballet Afro Koteban

Daniel Alves olhar seguro com o berimbau

Pensando na nossa arte


Lançamento do Punga em 2007 com Dugueto Shabazz, Thiago, Daniel e Luciene





sábado, 22 de dezembro de 2012

Poesia do silêncio


  1. Maputo# Moçambique# Ouvindo as palavras do mar

    Eu tenho muita coisa a dizer
    mas eu sinto medo
    A palavra não dita...
    é um sonho sem casa rastejando
    nas esquinas da solidão...

    É uma poesia escrita
    nas poeiras das estradas
    ... que o vento arteiro apaga...
    ...nos traços...
    laços do tempo em descompasso...
    esventro-me no silêncio gritante
    desta pária sociedade voando vazia
    num mundo em desmundo...

    Desabito os esconderijos...
    dos segredos das folhas,
    das verdades rabiscadas
    nas pétalas dos girassóis...
    ...sol...
    meu amigo mais constante...
    que ávido de tesão testemunha meus segredos
    e tênue, acaricia meus africanizados espíritos...
    nesses instantes já nem sei quem sou...

    Elizandra Souza# Sininho Paco#Moçambique#2012

sábado, 15 de dezembro de 2012

Poema: Nas curvas do cajueiro

Poema dedicado ao meu Pai (Felicio)
NAS CURVAS DO CAJUEIRO 

Carregava na face
Alma que latejava
Confissões da seca
Do árido nordeste


Da montaria do cavalo
Da pisada na estrada
Da aroeira ao bocapio
O carro de boi que cantava


A plantação que o sol destruiu,
A prece destinada à chuva
São Pedro dono das águas do céu:
- “Mande uma trovoada de mansinho”


Em São Paulo com a alma
Plantada e enraizada
Nas curvas do cajueiro
No gosto da castanha e na beira do rio


Que falta faz sair sem destino
Contando as estrelas, seguindo o luar
Nos seus olhos o verde da colheita
O coração um toque de zabumba


Seus sonhos eram um sítio florido de frutos ácidos
Filho de África e Sertão
Sorriso de quem esperava
Fogueiras, foguetes e forró...


Elizandra Souza # Águas da Cabaça# 2012